CNPq aprova projeto que usa tecnologia GNSS no suporte à navegação aérea

Proposta de INCT da FCT/Unesp – recomendada pelo CNPq – recebe aprovação em projeto que usa tecnologia GNSS no suporte à navegação aérea

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq divulgou a relação das 252 propostas que tiveram recomendação no processo de análise de mérito técnico-científico para financiamento no âmbito da Chamada INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014. Destes, 101 foram contemplados com recursos – ao mesmo tempo. Em 22 de Dezembro de 2016, mais um projeto foi contemplado com recursos. Trata-se do INCT denominado “Tecnologia GNSS no Suporte à Navegação Aérea”, sob a coordenação do Prof.Dr.João Francisco Galera Monico, Pesquisador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da FCT/UNESP.

A proposta de criação desse INCT visa realizar uma análise detalhada dos modelos desenvolvidos para uso nos Estados Unidos, que garantem a segurança da operação para sistemas de pouso de precisão, como o GBAS (Ground Base Augmentation System). Tais modelos exigem uma análise de viabilidade para uso no Brasil, uma vez que as condições ionosféricas são bastante distintas daquelas para onde foram desenvolvidos os modelos. Adicionalmente, serão propostas adaptações e melhorias neste modelo de risco a fim de adequá-lo à realidade brasileira de modo a atender os critérios de acurácia, integridade, continuidade e disponibilidade exigidos pela ICAO (International Civil Aviation Organization).

Estudos nesse sentido revestem-se de grande importância em razão dos criteriosos requisitos de segurança na aviação, por envolver risco de vidas humanas.

Estudos do projeto INCT contribuirão para o aperfeiçoamento do uso da fusão GNSS com sistemas inerciais. Para o desenvolvimento do projeto em tela, faz-se necessário um conjunto consistente e abrangente de dados de receptores de GNSS em território nacional, a fim de subsidiar as análises das especificidades da ionosférica brasileira e a consequente viabilização do uso de tecnologias GNSS para a navegação aérea. Por isso, propõe-se uma ampliação das redes de monitoramento contínuo existentes compostas por receptores GNSS com capacidade de medição dos parâmetros mais importantes da atividade ionosférica: o Conteúdo Eletrônico Total (CET) e os índices de cintilação ionosférica (S4 e P2).

A demanda foi apresentada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para atender a comunidade brasileira com um serviço seguro para procedimentos de pouso de precisão. Os dados de receptores GNSS desta nova rede poderão ser utilizados para a otimização do desempenho dos receptores GNSS durante a incidência de cintilações ionosféricas e ainda para disponibilizar aos usuários mapa em tempo real dos erros causados pelo atraso ionosférico e da ocorrência de cintilação.

Nesse contexto, a FCT/UNESP Presidente Prudente vem pesquisando o desenvolvimento de metodologias e algoritmos considerando aplicações do GNSS para Geodésia, Atmosfera e Agricultura de Precisão. Em conjunto com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que é um instituto especializado em estudos da ionosfera, o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço) que têm um enfoque especial nas questões aeronáuticas, foi apresentada a  proposta do INCT, visando atender essa demanda da sociedade.

Uma unidade do INCT será instalada na FCT/UNESP e outra no INPE. Na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp/Presidente Prudente, o espaço onde será instalado o INCT já foi definido e se encontra na fase de adequação e de identificação visual. Para isso, contará com a participação de alunos de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e de Pós Doutorado das quatro instituições envolvidas.

O Comitê Gestor terá uma composição envolvendo membros das quatro instituições que fazem parte do INCT: Coordenador: Dr. João Francisco Galera Monico – UNESP PP; Vice Coordenador: Dr. Milton Hirokazu Shimabukuro – UNESP PP; Dr. Fábio Becker Guedes – INPE; Dr. Elder Moreira Hemerly – ITA; e Dr. Alison de Oliveira Moraes – IAE.

Fonte: MundoGEO

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