Artigo: Análise sobre a situação do mercado de drones no Brasil

Por Luís Antonio Rosa de Andrade*

office-pen-calculator-computation-163032Nenhum órgão de fiscalização no mundo tem condições operacionais de fiscalizar produto a produto no chão de fábrica das industrias, seja de que segmento for.

Desta forma, por cálculo estático de amostragem (cientifico), são fiscalizados lotes (amostragem) das produções seriais das fábricas, as quais são controladas.

Além disso, é feito um conjunto de ações fiscalizatórias na própria fábrica e no mercado, para fechar o plano de ação de fiscalização daquele específico produto.

Claro que, dependendo do produto e do envolvimento de outros órgãos na fiscalização, esse plano de ação fiscalizatório tem suas mudanças nos procedimentos operacionais.

No caso específico dos Drones, a ANATEL e, por consequência, ANAC e DECEA, têm alguns problemas a mais que a fiscalização normal nos outros segmentos:

1 – Existem Drones construídos/montados por pessoas físicas, em casa e longe de um ambiente de produção passível de fiscalização;

2 – Existem Drones importados de fábricas que ainda não fazem parte do banco de dados positivo/identificado da ANATEL

3 – Esse produto/ferramenta tecnológica expõe a sociedade em risco de vida;

4 – A implantação e integração sustentável dessa ferramenta de inovação tecnológica no mercado produtivo Brasileiro não foi planejada, o que provoca a falta de gestão e aparece “a correria do apaga fogo” entre os três principais órgãos (ANATEL, ANAC e DECEA);

5 – Como consequência do item 4, os órgãos (ANATEL, ANAC e DECEA) estão trabalhando desconectados entre si ou pouquíssimo conectados, e totalmente sozinhos dos demais órgãos importantíssimos a médio e longo prazos (Receita Federal, Polícia Federal, Judiciário em diversas instâncias, Polícias Militares e Civis, Ministério do Trabalho, Ministério da Educação – Técnicos, Graduações, Pós, Mestrados, etc. – e demais órgãos envolvidos futuramente);

6 – Como consequência dos itens 4 e 5, a ANAC não consegue finalizar sua legislação específica do setor.

Então, o problema não são os R$ 200,00 cobrados pela ANATEL. Como se vê, aliás, diante dessa desordem de planejamento de governo, é até lógico ela criar esse “funil”, porque está no “caminho” para atender o conceito da fiscalização por amostragem.

A solução não existe a curto – e talvez, médio prazo – porque junto a tudo isso se convive com a maior crise política do País, com um governo com a legitimidade posta em dúvida pelo próprio Presidente (em entrevista no último final de semana) e com os órgãos geridos pela Constituição de forma unilateral/individual, ou seja, cada um cuida de seu “quadrado”.

Sendo assim, vamos viver a regra do bom censo e, principalmente, da qualidade de caráter, ética e patriotismo da sociedade Brasileira, por um bom tempo, regendo/gerindo esse novo mercado.

 

10e7216Luís Antonio Rosa de Andrade*
CEO da DronesApps Tecnologia Automação Inovação Ltda. Graduado em Processamento de Dados, Pós-Graduado em Sistemas de Informação com Ênfase em Componentes Distribuídos/Web e MBA em Gestão de Projetos
luis.andrade@dronesapps.com.br

 

 

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do DroneShow

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