XMobots projeta aumento superior a 60% no faturamento

Empresa especializada no desenvolvimento e na fabricação de sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (RPAS, na sigla em inglês) para aplicações profissionais, a XMobots está finalizando o processo de certificação do Supi, seu primeiro modelo para sobrevoar áreas urbanas.

Fonte: FAPESP

XMobots“Os entendimentos com o DCEA [Departamento de Controle do Espaço Aéreo] e com a Anac [Agência Nacional de Aviação Comercial] estão adiantados”, disse Giovani Amianti, CEO da empresa que desenvolve o projeto com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.

“Estamos reivindicando voar em um espaço aéreo adaptado, que a aeronave é capaz de acessar sem depender do Notam [‘Notice to Airmen’, documento expedido pelo Aeronáutica com no mínimo sete dias de antecedência do voo programado]. A integração com o espaço aéreo, no caso, é realizada pelo controlador do voo, exigindo que a aeronave esteja equipada com uma série de sistemas e controles que possibilitem ao controlador ‘enxergá-la’”, explicou.

Criada em 2004 por um grupo de nove alunos de mestrado e doutorado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), a XMobots cresceu incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), instalado na área do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) no campus da universidade. Em 2009, teve um primeiro projeto apoiado pelo PIPE para o desenvolvimento do Apoena.

O Apoena ficou pronto, mas era preciso “entrar no mercado”. Em 2010, a XMobots obteve recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, no ano seguinte, fechou o primeiro contrato comercial para o mapeamento e quantificação do desmatamento em torno da Usina Hidrelétrica de Jirau, em construção no rio Madeira, em Rondônia.

O Apoena realizou operações durante 18 meses e, com base nessa experiência, a empresa desenvolveu o Nauru 500A, que passou a substituir o primeiro em missões amazônicas. Em 2013, a XMobots obteve o Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) da Anac para que o Nauru voasse em áreas segregadas. O novo modelo, Nauru 500B, tem autonomia de até 10 horas, massa de 25 kg e envergadura de 3,5 metros.

A XMobots emancipou-se do Ciatec em 2011, instalando-se em São Carlos. Na época, produzia uma aeronave a cada 3 meses com uma equipe de dez pessoas. A partir de 2012, softwares para mapeamento (aerotriangulação) em 3D abriram para os RPAS – também conhecidos como vants –  da empresa o mercado de topografia. De olho nessa oportunidade, a XMobots desenvolveu o Echar 20A, “o primeiro RPAS brasileiro completamente automático e o primeiro automático a obter Cave da Anac”, sublinha Amianti.

O Echar tem autonomia de 90 minutos, peso de 7,5 kg e 2,1 metros de envergadura. Em 2014, com a possibilidade de utilizar RPAS na agricultura de precisão, foi lançado o Arator, com apenas 3,2 kg e um projeto aeronáutico inovador. “O primeiro do mundo a utilizar sistema de pouso invertido, o que protege as câmeras da aeronave”, conta Amianti.

Com isso, a XMobots passou a ter um portfólio diversificado de produtos. O Nauru atende a demandas de clientes com áreas superiores a 10 mil hectares, O Echar é utilizado para áreas entre 1 mil e 10 mil hectares e o Arator cobre áreas abaixo de 1 mil hectares. “Com o uso de sensor multiespectral, é possível observar falhas no plantio, quantificar o número de plantas, identificar plantas invasoras e fazer correções”, disse Amianti.

Em 2015, do total de faturamento de R$ 5,4 milhões, 60% vieram da agricultura de precisão. Atualmente, os RPAS são operados por clientes, agrônomos, topógrafos ou engenheiros. “O equipamento é automático, não necessitando de habilidade do piloto. O Nauru 500B, por exemplo, decola com catapulta e pousa com paraquedas. Só precisa de operador”, afirma Amianti.

Em 2016, a XMobots lançou a versão C do Echar, alcançando uma autonomia de 2,5 horas, e um novo software de projeto de missão, o XPlanner. “Também estamos finalizando os testes de um helicóptero de voo autônomo para aplicações localizadas de defensivo em lavouras”, disse.

Com 50 funcionários, a empresa prevê fechar o ano com um faturamento próximo a R$ 9 milhões. “A empresa já recebeu, entre 2010 e 2015, cerca de R$ 11 milhões em investimento para pesquisa e desenvolvimento de seus produtos de órgãos de fomento como a FAPESP, Finep e CNPq. Se considerado o retorno em impostos, em 2017 todo o valor investido na XMobots já terá retornado para a sociedade”, disse Amianti.

Empresa: XMobots
Sitewww.xmobots.com
Endereço: Rua Gelsomino Saia, 88 – Jardim Maracanã. CEP: 13.571-310 São Carlos – SP – Brasil
Telefone: (16) 3413-0655
Emailcontato@xmobots.com.br

Projetos apoiados pela FAPESP: www.bv.fapesp.br/pt/pesquisa/?sort=-data_inicio&q2=id_pesquisador_exact%3A76788

 

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