Boas notícias para o setor de Drones. O DECEA atualizou a instrução sobre o uso de Drones e o acesso ao espaço aéreo brasileiro. Entenda o que muda
O Departamento de Contro de do Espaço Aéreo (DECEA) acaba de anunciar a atualização da ICA 100-40, Instrução do Comando da Aeronáutica que trata dos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas – popularmente conhecidos como Drones – e o Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro. Esta nova Portaria entra em vigor a partir de hoje, 2 de fevereiro de 2017.
A atualização da ICA 100-40 é resultado de estudos desenvolvidos pelo Comitê RPAS do DECEA acerca das melhores práticas em âmbito internacional e, também, da interação com os usuários do equipamento.
Acesse aqui a atualização da ICA 100-40
Antes de mais nada, é importante conhecer os conceitos sobre os Drones:
Sistemas de Aeronaves Não Tripuladas, em inglês Unmanned Aircraft Systems (UAS), são um novo componente da aviação mundial que operadores, indústria e diversas organizações internacionais estão estudando e trabalhando para compreender, definir e, finalmente, promover sua completa integração no Espaço Aéreo.
Contando com variados tipos (asas fixas, asas rotativas, dirigíveis, ornitópteros etc.), tamanhos, performances e aplicações, a regulamentação para o emprego de uma Aeronave Não Tripulada tem-se mostrado complexa, sendo um desafio em todo o mundo por diversas questões, principalmente as relacionadas ao fato de não haver piloto a bordo.
No Brasil, as Aeronaves Não Tripuladas ainda são amplamente conhecidas como Drones (do inglês Zangão, termo muito utilizado pelos órgãos de imprensa), Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), nomenclatura oriunda do termo Unmanned Aerial Vehicle (UAV) e considerado obsoleto na comunidade aeronáutica internacional, ou Aeronave Remotamente
Pilotada (ARP).
O termo adotado tecnicamente pela OACI, com abrangência internacional, para esse tipo de aeronave é o RPAS (Remotely Piloted Aircraft System).
Também foi estabelecida a diferença básica entre Aeronaves Remotamente Pilotadas e aeromodelos, sendo estes últimos utilizados apenas com propósitos recreativos, não fazendo parte do escopo desta Instrução.
O Brasil, com base no artigo 8º da Convenção sobre Aviação Civil Internacional, e visando promover o crescimento do setor, tem autorizado o acesso seguro ao espaço aéreo brasileiro por esta nova tecnologia, através da emissão de autorizações especiais.
Atualização da ICA 100-40
Esta nova publicação, que substitui a ICA 100-40, de 19 de novembro de 2015, foi editada, basicamente, com o objetivo de atualizar o seu conteúdo em conformidade com as regras da OACI, bem como atender às demandas desse novo segmento aeronáutico em prol da segurança dos usuários do espaço aéreo.
As seguintes definições foram incorporadas nesta edição:
• Aeródromo
• Aeronave não Tripulada Automática
• Aeronave não Tripulada Autônoma
• Comitê RPAS DECEA
• Operador de Sensores
• Sistema de Solicitação de aceso ao Espaço Aéreo por RPAS (SARPAS)
Foi incluída também a questão dos voos próximos a obstáculos, sejam naturais ou artificiais, em que o princípio da “sombra” possibilita não haver necessidade de análise do DECEA para esses casos.
O capítulo que trata das transgressões e das questões legais foi ampliado no intuito de orientar o usuário quanto às implicações do voo irregular com RPAS e quanto ao procedimento administrativo da JJAER.
Por fim, foram alterados os procedimentos das solicitações e os prazos de análise para acesso ao espaço aéreo por RPAS em virtude da adoção do sistema SARPAS.
Drone Consciente
Em dezembro passado, o DECEA reuniu operadores de drones, profissionais e representantes de órgãos de segurança que utilizam o equipamento para uma tarde de orientações
O encontro, chamado “Drone Consciente”, foi realizado no dia 11 de dezembro de 2016 no Rio de Janeiro, e teve o apoio do Associação Brasileira de Multirrotores (ABM). Cerca de 80 pessoas compareceram ao evento, realizado no Clube de Aeronáutica da Barra, no Rio de Janeiro.
O Portal Drone/RPAS e a as modificações na ICA 100-40 foram apresentados aos participantes, que puderam fazer perguntas e tirar dúvidas.A iniciativa foi bem recebida pelo público presente.
O evento “Drone Consciente” teve o apoio do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1ºGCC), que montou a estrutura física do evento e disponibilizou terminais para que os participantes pudessem conhecer o portal e acessar o SARPAS.