“Se eu consigo ver um drone, consigo matá-lo.” Foi com essas palavras que Rick Sondag, vice-presidente executivo da empresa americana Liteye Systems, anunciou o lançamento de um de seus produtos: um sistema de segurança aérea capaz de derrubar drones amadores – quadcópteros que vêm se popularizando nos últimos anos
Apelidado “raio da morte”, o AUDS (Anti-UAV Defence System) usa uma combinação de radares, câmeras de alta definição e bloqueadores direcionados de ondas de rádio para detectar, monitorar e incapacitar drones a uma distância de até dez quilômetros.
O processo inteiro, da detecção à aterrissagem forçada, demora entre 8 e 15 segundos, de acordo com os testes realizados pelos desenvolvedores do sistema em conjunto com órgãos governamentais.
Desenvolvido por meio de uma parceria entre as empresas britânicas Blighter Surveillance Systems, Chess Dynamics e Enterprise Control Systems, representadas nos Estados Unidos pela Liteye Systems, o AUDS se diferencia de outros sistemas antidrone por sua precisão.
Os radares de segurança aérea da série A400 da Blighter Surveillance Systems são capazes de detectar pequenos UAVs em todas as condições meteorológicas, 24 horas por dia, voando em áreas urbanas ou perto do horizonte. O Hawkeye Deployable System (DS) e o EO Vídeo Tracker da Chess Dynamics, apresentando uma câmera colorida de longo alcance e alta sensibilidade termovisora (TI), juntamente com uma tecnologia de rastreamento de vídeo que é capaz de controlar o UAV e, combinada com informações de radar do destino, classificar o alvo. O operador então é capaz de tomar uma decisão para usar o Enterprise Control Systems (‘ECS’), inibidor de RF inteligente para interferir seletivamente com os canais C2 no UAV, permitindo ao sistema interromper a missão do UAV. O inibidor de RF inteligente utiliza antenas direcionais para alcançar a máxima faixa de operação, com efeitos colaterais mínimos.
Embora não seja uma ideia nova usar bloqueadores de ondas de rádio para incapacitar drones, a maioria das soluções do tipo cria uma espécie de “campo de força” que impede o uso de qualquer tipo de drone num determinado local.
Dependendo da tecnologia utilizada, há risco de interferência no funcionamento de celulares e outros dispositivos de telecomunicação. O AUDS, por sua vez, possibilita que o operador diferencie drones “amigos” e “inimigos”, permitindo que os drones autorizados voem em paz e incapacitando apenas os invasores. As informações de trajetória coletadas pelo radar e pelas câmeras também podem ser usadas para localizar o operador da aeronave infratora, segundo os desenvolvedores.
“O AUDS é capaz de operar com eficiência em ambientes complexos como aeroportos, sem interferir no funcionamento de outros equipamentos”, afirmou Mark Redford, CEO da Blighter Surveillance Systems, ao Gizmodo Brasil por e-mail. “O operador pode efetivamente assumir o controle de um drone e forçá-lo a aterrissar com segurança dentro ou fora do perímetro do aeroporto.”
A velocidade e precisão do sistema chamou a atenção da FAA (Federal Aviation Administration), a agência responsável pela regulação da aviação civil nos Estados Unidos. Recentemente, a FAA anunciou que o AUDS será implantado em alguns aeroportos americanos em fase de testes.
O sistema tem sido visto como uma possível solução para uma reclamação crescente de pilotos e controladores de voo: a invasão do espaço aéreo por drones amadores. A agência afirma que todo mês recebe mais de 100 relatos sobre drones que se aproximam demais de aeroportos ou de aeronaves tripuladas, colocando em risco a segurança de pilotos e passageiros.
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