Crônica de Emerson Granemann* lida na abertura do DroneShow e MundoGEO Connect 2019, realizados de 25 a 27 de junho em São Paulo (SP)
Tudo começou quando o Brasil aprovou reformas estruturantes e estabeleceu um pacto de desenvolvimento social e econômico, baseado em 4 pilares: educação de qualidade, eficiência no serviço público, redução drástica da corrupção e da burocracia.
Partidos políticos deixaram de lado os conchavos, novas lideranças políticas abriram mão de seus privilégios e os gestores públicos são especialistas em suas áreas em todos os escalões. Empresas privadas cresceram por mérito e são geridas por uma geração de empreendedores éticos e inovadores.
Todos esses fatos acarretaram redução dos índices de criminalidade e desigualdade, ampliação do emprego, aumento do PIB, menor sonegação de impostos, maior inclusão, redução da pobreza e mais investimentos na infraestrutura.
Nossa imagem interna e internacional atinge níveis altíssimos nunca alcançados. Há uma sensação de orgulho real em ser brasileiro e somos respeitados pelo mundo. O Brasil tornou-se a quinta economia mundial e entrou no restrito grupo dos 20 países mais inovadores. O estilo (jeitinho) brasileiro do bem, representado por nossa criatividade, diversidade (étnica e cultural) e capacidade de empreender são os motores desta mudança sem precedentes.
A tecnologia da informação tem papel fundamental nesta virada. Decisões de governo são mais eficientes pois foram baseadas em análises feitas em informações robustas, atualizadas e de fácil acesso. O Brasil não tem mais vazios cartográficos que marcaram as décadas anteriores e os órgãos públicos compartilham suas informações e investem de forma integrada na coletas dos dados e na sua atualização.
Nas cidades inteligentes brasileiras, de vários tamanhos, a gestão está baseada em bancos de dados geográficos e cadastros sistematicamente atualizados ao longo de gestões sucessivas. As prefeituras atuam em redes de cooperação técnica entre si e compartilham dados com os demais órgãos estaduais e federais ambientais e demográficos, entre outros.
A cadeia produtiva das geotecnologias, formada pelas plataformas orbitais, aéreas e terrestres de coleta e processamento de dados, fica mais competitiva, se fortalece e gera mais empregos. As universidades e instituições de pesquisa mantém cooperação constante com a iniciativa privada e participam fortemente da criação de soluções inovadoras.
Um novo marco regulatório no setor de dados geográficos é estabelecido, a legislação está atualizada de acordo com as demandas da sociedade e as novas tecnologias 4.0. A geoinformação se consolida como um instrumento estratégico de infraestrutura pública e é considerada prioritária pelo Estado.
Os órgãos regulatórios do setor de drones atuam de forma integrada equilibrando segurança , agilidade na aprovação de projetos de aeronaves, liberação de operações e na classificação das empresas.
As empresas brasileiras se modernizam, tornam-se mais competitivas e buscam mercados internacionais. A demanda local cresce e atrai empresas internacionais que competem em iguais condições com as nacionais. Os contratantes estão melhor preparados para especificar e implementar seus projetos e têm mais opções de soluções para atender suas demandas.
Os drones, regulamentados, voam aos milhares pelos céus brasileiros e se consolidam como uma plataforma revolucionária para coletar dados precisos de forma rápida e econômica, integrados com outras plataformas de sensoriamento remoto orbital, aéreo e terrestre.
O olhar vindo de cima permite otimizar investimentos e monitoramento da infraestrutura, prever desastres ambientais, detectar atividades ilícitas e salvar pessoas.
Ampliar este olhar, com o apoio da Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Big Data, Realidade Virtual e Aumentada, nos permite avaliar e projetar novos cenários. Ou seja, um sistema de informações revolucionário do Século 21 como ferramenta de gestão pública e privada moderna e eficiente.
Este é o Brasil nosso que queremos. Este é o Brasil que podemos ter. Depende única e exclusivamente de nós. Sejamos agentes desta mudança.
*Emerson Granemann – CEO da MundoGEO e DroneShow
P.S.: Ao final, pedi para os presentes optarem por qual ano imaginara que eu escrevi. A maioria acertou: 2030!)