Senadores e Gestores defendem o fortalecimento da Embrapa

Do total do orçamento da Empresa, apenas 11,4% vão para pesquisa, inovações e investimentos

embrapa territorialSenadores e técnicos do Poder Executivo defenderam na última quarta-feira (10/7) mais investimentos no setor de ciência e tecnologia para incrementar a produção agrícola do país.

Durante audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), eles cobraram o fortalecimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O orçamento do órgão para 2019 é de R$ 3,6 bilhões. Desse total, apenas R$ 414 milhões (11,4%) vão para pesquisa, inovações e investimentos.

Para o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), a Embrapa não pode depender apenas de dotação orçamentária para o desenvolvimento de projetos. Segundo ele, o órgão poderia ter autonomia para “alavancar seus próprios recursos” junto à iniciativa privada ou organismos internacionais. Izalci afirmou, porém, que o dinheiro oriundo do Orçamento Geral da União não pode ser contingenciado.

“Não basta ter recursos. Tem que ter regularidade. Estamos tentando na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] e na LOA [Lei Orçamentária Anual] proibir o contingenciamento para esse tipo de coisa. Não tem sentido no meio do processo você cortar e parar uma pesquisa. Estamos trabalhando em um projeto de destinar 20% do Fundo Social [do pré-sal] para ciência e tecnologia. Não tem sentido estar com orçamento de 15 anos atrás nessa área”, afirmou.

Encruzilhada tecnológica

Para o secretário de Inovação e Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Silveira Camargo, o Brasil chegou a uma “encruzilhada tecnológica”. Ele reconheceu o papel desempenhado tanto pela Embrapa quanto por institutos estaduais de pesquisa desde a década de 1970. Mas afirmou que, para suprir a demanda internacional por alimentos, o país vai precisar “passar de uma agricultura analógica para uma agricultura digital”. Fernando Silveira é o presidente do Conselho de Administração da Embrapa (Consad).

“O Brasil produz e exporta alimentos para alimentar quatro “Brasis”. Em 2050, a população mundial vai se avizinhar de 9,5 bilhões de pessoas, e para alimentá-las necessariamente deve haver um incremento de 70% na produção de alimentos no mundo. O Brasil vai ter que incrementar sua produção em 40%. Nós só vamos fazer isso recuperando áreas degradadas de pastagens e investindo em aumento de produtividade com tecnologia”, disse.

O secretário de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Paulo Alvim, defendeu a “garantia de recursos de forma continuada” para a Embrapa. Ele destacou que o Brasil “sempre teve uma base de científica e tecnológica muito forte”, mas que o desafio agora é desenvolver uma estratégia que incorpore não apenas o grande produtor, mas principalmente o pequeno produtor rural.

“É a difusão de tecnologia. A gente não pode perder de vista que hoje mesmo o pequeno produtor em qualquer rincão deste país tem um smartphone. Ali está talvez o veículo para levar conhecimento e apoio técnico e gerencial para esse produtor rural. A extensão rural tem que ser em tempo real e em um modelo digital. O primeiro ponto é garantir conectividade ao pequeno produtor”, disse.

Recorde de produção

O autor do requerimento para a audiência pública foi o senador Chico Rodrigues (DEM-RR). Ele lembrou que, graças à adoção da tecnologia, o Brasil atingiu o recorde de produção de quase 250 milhões de toneladas de grãos em 2017. Para Rodrigues, o resultado só pode ser obtido devido a uma combinação de tecnologia, clima, terra e recursos humanos.

“Melhoria genética de animais e plantas, digitalização de propriedades e atividades agropecuárias estão facilitando o acesso de produtores às tecnologias contemporâneas. Por meio de internet, GPS e outras potentes ferramentas de inteligência artificial, viabiliza-se a adoção de medidas mais eficientes para a tomada de decisões mais ligeiras e precisas para todas as etapas do setor produtivo. Considerando todo esse processo de modernização, a tecnologia acaba por estimular práticas de cultivo com menos impacto ambiental, reduzindo o uso de água, fertilizantes e defensivos”, afirmou.

Com informações da Agência Senado

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