Editorial: Drones Salvam Vidas

PSC_6469Muito se escreve sobre o perigo dos drones, que mal operados podem causar acidentes com aviões, helicópteros e pessoas. Mas pouco se comenta sobre utilizações dos drones em operações que podem salvar vidas.

Agora imagine a imensa costa brasileira com salva-vidas operando drones que façam constantemente a vigilância das praias!

Já testado na praia de Copacabana com sucesso este ano, a solução não só auxilia o controle visual à distância dos banhistas como também pode largar um salva-vida próximo a ele, facilitando em muito o trabalho de salvamento e diminuindo as chances de afogamento.

Outra aplicação é o uso de drones na polícia militar, particularmente nas perseguições tanto de carro como a pé. Nestes casos, os operadores precisam de perícia para fazer o rastreio visual do suspeito. No caso de perseguição a pé, a operação fica mais eficiente e segura na medida que o policial tem uma visão privilegiada da situação.

No caso da defesa civil, como deslizamentos ou enchentes, os drones podem ser acionados de forma mais rápida e econômica que helicópteros para identificar zonas de risco iminente e busca de sobreviventes. Isso sem comentar o uso preventivo, com sua utilização regular para tentar antecipar o que poderá acontecer.

O uso preventivo dos drones pode ajudar muito a garantir a segurança e evitar acidentes. Por exemplo, fazendo vistorias periódicas em estradas, torres de transmissão, oleodutos, gasodutos, teleféricos e obras civis como pontes, passarelas e elevados.

Como exemplo concreto, está na recente tragédia na ciclovia Tim Maia que caiu devido a uma ressaca no Rio de Janeiro. Já foi constatado que a obra apresentava visualmente vários problemas, apesar de ter sido concluída há apenas três meses. Com certeza um monitoramento da obra durante ou após sua conclusão já poderia ter identificado eventuais problemas na execução, como está sendo investigado agora depois das mortes.

A tragédia da barragem da Samarco, em Minas Gerais, também poderia ter sido pelo menos prevista se regularmente a empresa ou órgãos fiscalizadores fizessem um monitoramento do local.

No combate aos mosquitos transmissores de doenças, seria muito mais eficiente identificar os focos usando drones, que podem mapear os locais e agilizar o processo de fiscalização e combate.

Já no combate a incêndios no campo ou em edificações, drones especiais com resistência ao calor podem fazer imagens muito úteis para orientar o trabalho dos bombeiros, diminuindo os riscos de acidentes e agilizando o combate ao sinistro.

Retornando ao tema dos riscos em se operar os drones: sim, eles podem causar acidentes se mal operados e se não atenderem a regulamentação. Então, que sejam lançadas as regras oficiais e que exista uma fiscalização eficiente por parte dos órgãos de segurança. Mas vale lembrar que, infelizmente, temos acidentes diariamente com carros e motos, e frequentemente com embarcações aquáticas, aviões e helicópteros. O procedimento normal é termos uma boa regulamentação, fiscalização eficiente, punições adequadas e principalmente bom senso dos operadores dos drones, sejam eles para usos comerciais como para lazer.

Afinal, drone não é um brinquedo e não pode ser operado sem responsabilidade.

EMS
 
Emerson Zanon Granemann

Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO
emerson@mundogeo.com

 
 
 
Este texto foi publicado originalmente na terceira edição da revista DroneShow que pode ser lida logo abaixo ou clicando aqui.

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