O mundo nunca mais foi o mesmo depois que inventaram os drones. Com eles, se vai longe, a um custo baixo e para os mais variados tipos de missão, como, por exemplo, registrar rapidamente e com precisão a chegada do mar de lama que vazou de um reservatório da empresa Samarco em Mariana, Minas Gerais. O Cidades e Soluções mostrou como os drones podem ajudar as cidades com novas ações em defesa do meio ambiente.
O drones nasceram durante a Segunda Guerra Mundial, como um jeito de evitar baixas nos fronts. Na Guerra Fria, os voos eram de espionagem. Em 2009, Obama criou um programa de eliminação de terroristas que provocou polêmica. Pilotos americanos não se expunham ao risco. Mas terroristas eram mortos sem julgamento nem permissão do país onde viviam. O governo americano não divulga o número de ataques ou de mortos nas missões dos drones. O Bureau de Jornalismo Investigativo, uma organização independente e sem fins lucrativos, tenta calcular o tamanho desta guerra silenciosa. Segundo dados do Bureau, foram 729 ataques executados no Paquistão, no Iêmen, na Somália, e no Afeganistão, desde 2002. A organização calcula que entre 3.694 e 5.856 pessoas foram mortas nas operações, incluindo mais de 500 civis.
Na última década, o que era arma de guerra virou um ponto de vista. Um olho no céu, um brinquedo na mão e um mundo de possibilidades. Quando o governo americano percebeu que as vendas tinham decolado para valer, mandou todo mundo baixar o trem de pouso e criou regras para esse novo espaço aéreo que surgiu bem acima de nossas cabeças. A principal delas é voar longe dos aeroportos e da rota de qualquer avião. Mil e cem empresas já receberam licença para voar e, até 2017, serão sete mil neste mercado. Marinha e Aeronáutica querem dominar a tecnologia para no futuro impedir que um drone seja usado num ataque terrorista.
Em Nova York, a repórter Sandra Coutinho dá um panorama do uso dos drones pelos americanos e os dilemas éticos que envolvem essa nova tecnologia, enquanto o mercado não para de crescer. Em Londres, a correspondente Ana Carolina Abar foi até Liverpool conversar com o fundador da ONG Conservation Drones sobre como as aeronaves não- tripuladas têm trazido resultados efetivos na detecção de áreas devastadas, fiscalização de áreas protegidas e preservação de espécies em vários países.
No Brasil, em São Carlos, SP, a repórter Juliana Brunorio visitou a primeira fábrica de veículos aéreos não-tripulados licenciada pela ANAC. Os drones feitos com tecnologia brasileira têm feito sucesso na área de agricultura de alta precisão, projetos de mapeamento, georreferenciamento e missões de fiscalização ambiental. Um desses drones, vendido para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, viabilizou uma pesquisa curiosa: a busca por vestígios de civilizações antigas na Amazônia, para ajudar a avaliar o desenvolvimento e a degradação da floresta ao longo dos séculos.
O uso dos drones é um dos temas da conferência EmTech Brasil 2015, do MIT, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
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Fonte: GloboNews