O Albatroz foi desenvolvido pela Stella Tecnologia para o transporte de sensores, radares e pequenos mísseis
A nova versão do Albatroz, drone de perfil militar desenvolvido pela Stella Tecnologia, terá capacidade para realizar missões a 40.000 pés de altitude (cerca de 12.000 metros).
A informação é do fundador e CEO da fabricante, Gilberto Buffara, que participou na última semana da Mostra BID Brasil, em Brasília.
Originalmente equipado com motor a combustão, o Albatroz ganhou um protótipo com turbinas a jato da Aero Concepts, parceira da Stella Tecnologia no projeto. É a primeira vez que turbinas desenvolvidas 100% no Brasil são aplicadas em plataformas de voo menores, como drones de médio e grande porte – um marco na indústria nacional de Defesa.
A nova configuração permitirá à aeronave alcançar uma velocidade de 250 km/h em missões críticas que demandam alta performance e alcance.
“Ele poderá voar em altitudes superiores à do Monte Everest [montanha mais alta do mundo, localizada no Himalaia, com 8.849 metros de altura]”,
disse Buffara.
O Albatroz foi um dos destaques da Mostra BID Brasil, que terminou na última sexta-feira (6/12) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, visitou o estande da aeronave e conheceu detalhes do projeto.
Versatilidade
O Albatroz foi desenvolvido pela Stella Tecnologia para o transporte de sensores, radares e pequenos mísseis.
Com 4 metros de comprimento e 7 de envergadura, ele se destaca por sua versatilidade. Pode ser operado em pistas com menos de 150 metros de extensão, incluindo embarcações, transportando cargas entre 6kg e 50kg – seu peso máximo de decolagem (MTOW) é de 200kg.
“O Albatroz foi projetado para executar missões a partir do Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, seguindo especificações da Marinha do Brasil [que receberá o primeiro protótipo]”,
afirmou o CEO da Stella Tecnologia.
“A configuração da aeronave permite, por exemplo, a inspeção de longas faixas marítimas e terrestres. E com uma plataforma de voo pequena, de fácil operação e transporte”, ressaltou, lembrando que o drone militar conta com sensores de topografia.
Novo Albatroz
A nova versão da aeronave foi possível graças à parceria da Stella Tecnologia com a Aero Concepts, anunciada em abril deste ano durante a FIDAE, feira internacional realizada no Chile.
“São turbinas de 500 newtons. Essa tecnologia já foi usada em mísseis brasileiros, mas ainda não havia sido aplicada em uma aeronave não tripulada”,
afirmou Buffara.
“Para essa nova configuração, foi necessário recalcular, por exemplo, o consumo do motor. A turbina é mais leve e mais potente, mas tem um consumo de energia mais alto que o motor a combustão. O controle de temperatura da aeronave também foi adaptado para essa versão.”
A próxima etapa do projeto é a certificação junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). A expectativa é que os testes em voo aconteçam no início de 2025.
“Como já recebemos autorização para testes com o motor a combustão, creio que será mais rápido o processo. É a mesma aeronave. Só mudou o sistema de propulsão”,
disse o CEO da Stella Tecnologia.
“Esta nova versão do Albatroz é também uma plataforma de testes. A partir dela, vamos lançar outras aeronaves com aplicações diversas, inclusive munição vagante [também conhecida como drone suicida]”, acrescentou.
“Com essa mesma turbina, conseguiremos desenvolver versões capazes de voar a até 700 km/h.”
O Albatroz é o segundo maior VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) de grande porte fabricado no Brasil. O primeiro é o Atobá, também desenvolvido pela Stella Tecnologia, com 8 metros de comprimento, 11 metros de envergadura e peso máximo de decolagem (MTOW) de 500kg – por suas características, exige pistas de pouso maiores, com 400 metros de extensão.
Com informações e imagens da Stella Tecnologia