A ideia de aviões com asas móveis vem desde o surgimento da aviação, mas tem tropeçado na dificuldade de implementação prática
Engenheiros coreanos desenvolveram um veículo aéreo capaz de controlar as asas principais de forma independente durante o voo. O protótipo é um pequeno avião de controle remoto, batizado do Nsphere, mas a equipe está animada com que seus novos conceitos possam chegar aos aviões de grande porte.
“O drone Nsphere pode ser usado em vários campos, incluindo transporte aéreo, veículos aéreos militares, vigilância, gerenciamento geral de segurança e serviços de entrega de logística. O controle separado e independente das asas principais nos dá a chance de empregar técnicas de voo variadas e efetivas. Imagine um caça a jato capaz de fugir de um míssil controlando separadamente as asas principais. Apenas um pouco de controle pode ser suficiente para escapar. Nosso mecanismo de voo é válido em toda a faixa de velocidade de voo,” disse o professor Dongsoo Har, do Instituto de Ciências e Tecnologias Avançadas (KAIST) da Coreia do Sul.
A ideia de aviões com asas móveis vem desde o surgimento da aviação, mas tem tropeçado na dificuldade de implementação prática. Talvez por isso os mecanismos de ajuste e controle das asas do drone de demonstração estejam sendo mantidos em segredo pela equipe – mesmo nos vídeos de demonstração as partes móveis estão “censuradas”.
Asas rotativas
Os resultados impressionam, com o pequeno avião tirando proveito da eficiência das asas fixas nos voos de cruzeiro e da flexibilidade dos helicópteros nas manobras, uma vez que os motores integrados às asas movem-se juntamente com estas.
Além disso, diferente de outros modelos experimentais já propostos, as duas asas do protótipo movem-se de forma independente, oferecendo grandes ganhos de manobrabilidade.
Um motor adicional na cauda, também móvel, fornece força de elevação extra para a decolagem vertical e força de impulso no voo para a frente. O Nsphere pode mudar o modo de voo no ar de vertical para horizontal e vice-versa. Devido à capacidade das asas rotativas, o avião pode decolar e pousar verticalmente sem pista e sem equipamentos auxiliares, como catapultas.
O grande desafio que a equipe parece ter vencido foi separar inteiramente as asas principais da fuselagem. Para isso são usados suportes que sustentam as asas principais – um suporte penetra nas duas asas, enquanto dois outros prendem as asas individualmente.
Segundo a equipe é possível aplicar esta tecnologia em aviões de grande porte incluindo a fuselagem como parte do suporte para as asas móveis. Parte da fuselagem teria que ser redesenhada e integrada com as asas principais, acoplando a estrutura à fuselagem principal para suportar a sustentação e a pressão do ar.
Antes disso, porém, eles esperam que drones feitos com esse conceito possam atender aos projetos de entrega de pequenos pacotes, como os da Amazon, e mesmo projetos maiores, como o lançado conjuntamente pela NASA e Uber no final do ano passado.
Fonte: Inovação Tecnológica
Imagens: KAIST
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