Em 2016, o mercado nacional de drones começou o ano com uma estimativa de crescer quase 200 milhões ao longo dos doze meses. Apesar de ficar um pouco abaixo do esperado, o setor se desenvolveu e não parou. Porém, alguns fatores que interferiram negativamente e frearam um pouco o crescimento, pois além da crise econômica do País e a demora pela regulamentação do uso comercial dos equipamentos, a tecnologia ainda gera dúvidas e incertezas.
A regulamentação da legislação do setor é muito importante para impulsionar as vendas de drones no país e consequentemente aumentarem as ofertas para empresas que prestam serviços com esses equipamentos. A legalização vai popularizar a tecnologia e evidenciar a necessidade dos serviços de aerolevantamento para outras atividades.
Popularização da Tecnologia
Atualmente a presença dos drones multirotores (exemplo ao lado) na cobertura de eventos e nas produções cinematográficas não é mais novidade, e já podem ser consideradas ferramentas indispensáveis nessas áreas.
Os drones do tipo asa fixa voltados para serviços de aerofotogrametria, como o Maptor, da Horus Aeronaves, ganham espaço num ritmo semelhante, porém com certa cautela devido a falta de regulamentação do setor. Mesmo assim, em alguns mercados, esse tipo de VANT (Veículos Aéreos Não Tripulados) já é uma realidade.
As empresas de topografia são consumidores consolidados da tecnologia. Em trabalhos de cadastramento urbano, por exemplo, o drone oferece uma agilidade muito maior do que os métodos convencionais. Um trabalho que levaria 4 dias e precisaria de 3 pessoas envolvidas pode facilmente ser feito em cerca de 3 horas com o Maptor, que realizaria todo o trabalho com apenas 1 operador (sendo 30 minutos de voo e o restante para processamento dos dados).
O setor de mineração também trabalha frequentemente com esse tipo de drone, pois oferece maior segurança na coleta de dados dentro das minas, excluindo a necessidade de pessoas em áreas de risco.
Novos Rumos
Outro setor que está adotando o uso de drones, e marca presença importante como consumidor destes equipamentos, é o Agronegócio, um segmento de grande porte e altamente promissor. Os produtores se convenceram das contribuições que as imagens aéreas oferecem no gerenciamento das propriedades rurais e já planejam a aquisição dos drones como máquinas agrícolas.
Que informações que as imagens aéreas oferecem?
As câmeras embarcadas nos drones com sensor NIR (Infravermelho próximo) e sensor Multiespectral, permitem identificar problemas na plantação como as falhas de produção, o ataque de pragas e estresse na vegetação. A partir destas imagens produzidas pelas câmeras, o produtor pode tomar decisões estratégicas para garantir o sucesso da safra. No último mês de 2016 foi registrado um aumento nas vendas de máquinas agrícolas no país. Um crescimento real de 14,8% em relação a novembro e se comparado ao mesmo período do ano anterior temos a marca de 84%, um crescimento realmente notável e importante.
O Agronegócio no Brasil é responsável por uma parcela considerável do PIB nacional e, com certeza, irá contribuir imensamente na reestruturação da economia do país após o cenário instável de 2016. (Fonte: Portal Valor Econômico / janeiro de 2017).
Saiba a diferença entre multirotores e asa fixa
Regulamentação no Brasil e suas consequências
Pode-se dizer que o ano de 2016 ainda foi um período de afirmação da tecnologia dos drones no mercado brasileiro. Cada vez mais crescem as ofertas de modelos de equipamento e de prestadores de serviço. Para este ano imagina-se um crescimento natural ainda maior, uma vez que o aerolevantamento com drones está cada vez mais popular. Porém, este crescimento está condicionado a divulgação da regulamentação (acredita-se que ainda no primeiro semestre de 2017) que servirá como um trampolim no setor.
A regulamentação trará exigências na operação e também na homologação/regularização dos modelos de equipamento tanto por parte dos fabricantes quanto dos operadores, e um dos pontos mais evidentes será a obrigatoriedade de um seguro para as aeronaves. Essa será uma medida que beneficiará à todos, oferecendo segurança a quem investiu, inclusive incentivando as atividades comerciais, e também trará benefícios para as pessoas envolvidas na operação em si. Tais medidas irão facilitar a adoção da tecnologia e consequentemente exigirão atenção especial e certa flexibilidade dos órgãos reguladores para acompanharem as novas demandas do setor.
Mercado Latino Americano
É natural que os fabricantes nacionais ganhem mercado na América-Latina, porém alguns pontos serão cruciais nessa expansão comercial. A primeira de todas é a regulamentação, pois cada país pode ter suas regras particulares, o que pode dificultar a oferta de um produto que atenda todos os países. Outro fator importante é a taxa diferenciada de imposto para a importação, o que faz com que os modelos americanos e europeus, bastante caros no Brasil para os brasileiros, possam ser encontrados a preços competitivos nos países vizinhos, o que pode fazer com que alguns consumidores que ainda desvalorizam os produtos nacionais prefiram comprar os importados. Mesmo assim, indo contra esses obstáculos, é possível afirmar que a tecnologia está muito mais desenvolvida no Brasil do que em qualquer outro país, possibilitando futuramente que os fabricantes brasileiros possam competir em preço com os importados.
Novos Negócios
Analisando o panorama do mercado mundial de drones e observando todas as parcerias, aquisições e vendas de empresas do ramo é possível afirmar que o mercado vai sofrer algumas mudanças.
As empresas já perceberam a importância de investimentos e modelos de negócio diferenciados. É evidente a necessidade de um alto investimento em softwares que facilitem os serviços em cada segmento em que os drones atuam, principalmente voltados à agricultura de precisão. Atualmente as empresas do setor já desenvolvem e oferecem serviços específicos para o agronegócio como: contagem de plantas, linhas automatizadas de plantio, contagem de falhas e outras soluções que facilitam a tomada de decisão do produtor e garantem melhor desempenho da safra. Os investimentos em big data e processamento de imagens in cloud também são mostras que ainda vão surgir mais novidades nesse sentido.
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Foto Divulgação: Multirotor