Por Samuel Salomão*
A UPS começou a transportar e entregar amostras médicas, nos EUA, usando drones. Os voos estão ocorrendo no hospital WakeMed e no campus em Raleigh, na Carolina do Norte, como parte do Programa Piloto de Integração (IPP) de Drones no espaço aéreo americano, um programa de três anos para testar aplicações práticas dos drones.
O primeiro voo foi na último dia 26 de março, e os drones agora voam pelo campus cerca de 10 vezes por dia, com possíveis planos de aumentar a frequência se o iniciativa for um sucesso.
Este é o primeiro esquema de entregas por drones em formato comercial a ser aprovado pela Agência de Aviação Civil americana (FAA).
As aeronaves podem transportar até 2,3 quilos de carga em distâncias que podem chegar até 20 quilômetros. Eles estão voando de forma autônoma ao longo de uma rota fixa pré-definida para este projeto.
Toda operação, desde a decolagem até a entrega final, é monitorada por um piloto remoto que pode efetuar o controle manual da aeronave para evitar acidentes.
Hoje, a maioria das amostras médicas é movimentada pelo campus utilizando veículos terrestres, como carros. A esperança é que esses drones ajudem a reduzir o tráfego nas estradas ao redor do hospital, diminuindo os custos.
O transporte aéreo de medicamentos e amostras médicas provou ser um dos usos mais atraentes para a tecnologia de drones para entregas. Em Ruanda, drones já operam no transporte de bolsas de sangue há três anos. Vacinas e remédios estão sendo entregues com sucesso em Madagascar e Ilhas Vanuatu.
Entregas com drones no Brasil
No Brasil, a regulamentação ainda segura investimentos e aplicações no setor. Testes já foram realizados durante todo o ano de 2018 no espaço aéreo brasileiro, mas para que o serviço seja comercialmente viável, a aeronave precisa voar além da linha de visada do piloto (BVLOS).
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) exige que, para voos BVLOS, toda aeronave precisa ter seu projeto avaliado e aprovado pela agência. O processo de autorização de projeto, conforme apresentado pela Instrução Suplementar Nº E94-001A e E94-002A, pode levar pelo menos um ano para ser finalizado, impactando negativamente no desenvolvimento de startups de base tecnológica, que são as grandes propulsoras da tecnologia de drones.
Espera-se que os órgãos reguladores do setor de drones no Brasil acompanhem as iniciativas internacionais e criem condições para o desenvolvimento sustentável do setor de drones no Brasil. Estados Unidos, Austrália, China, Japão, Suíça, entre outros países da África, já adotaram medidas que permitem o transporte aéreo de produtos, medicamentos e amostras médicas no seu espaço aéreo.
Essas iniciativas contemplam subsídios para empresas, criação de grandes áreas para teste, e a escolha de cidades com isenção para usar e testar a tecnologia. São atitudes que impulsionam o setor, atraem investimentos, geram empregos, e consequentemente trazem grandes benefícios para a sociedade.
*Samuel Salomão – Fundador, CEO da SMX Systems. Engenheiro de Software e Mestre em Bioengenharia pela USP São Carlos, trabalhou 12 anos na área de Desenvolvimento de Software, sendo 3 anos nos Estados Unidos. Atualmente atua no desenvolvimento de sistemas de Telemedicina, e sistemas autônomos para o transporte e entrega de medicamentos usando drones
Replay na íntegra: Delivery com Drones no Brasil e no Mundo
Fazer entregas com drones aos poucos vem se tornando possível no Brasil e no Mundo. Em meados de 2018, a empresa SMX Systems realizou a primeira entrega com drones no Brasil, no município de Rifaina (SP), respeitando a legislação vigente no país.
Em outubro passado foi realizado um webinar sobre Delivery com Drones no Brasil e no Mundo. A apresentação foi de Samuel Salomão, com moderação de Emerson Granemann, fundador da MundoGEO e idealizador da DroneShow.
Assista para conhecer as principais experiências e práticas já em andamento no Brasil e no Mundo usando Drones automáticos para transporte de produtos. Veja quais os principais desafios tecnológicos e legais. Entenda porque os setores de logística e saúde geram as principais demandas.
Drones e Geotecnologia na Indústria 4.0
Samuel Salomão será o coordenador do evento sobre Delivery dentro da programação oficial do DroneShow 2019, que acontece de 25 a 27 de junho em São Paulo (SP) juntamente com o MundoGEO Connect. Alinhados às tendências globais e com foco na realidade regional, o tema geral dos eventos este ano será “Drones e Geotecnologia na Indústria 4.0”, com previsão de 4 mil participantes, 30 atividades e mais de 230 horas de conteúdo.
Os conteúdos dos cursos, palestras e debates estão sendo formatados por um time de curadores para atender as demandas de empresas, profissionais e usuários principalmente nos setores de Agricultura, Cidades Inteligentes, Governança Digital, Infraestrutura, Meio Ambiente, Recursos Naturais, Segurança e Defesa.
Dentre as tecnologias disruptivas que estarão em destaque, estão Big Data, Inteligência Artificial / Machine Learning, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Aumentada, BIM, Tecnologia Autônoma, entre outras, tudo isso cada vez mais integrado às Geotecnologias (Mapeamento, Cadastro, Imagens de Satélites, Inteligência Geográfica, GIS).
Perfil dos expositores da feira: prestadores de serviços de aerolevantamentos, mapeamento e cadastro; desenvolvedores de sistemas de análise espacial; provedores de imagens de satélites; fabricantes e importadores de drones; fabricantes de sensores e tecnologias embarcada; distribuidores de softwares, plataformas de processamento e análise de dados; agências reguladoras e órgão governamentais; empresas de consultoria e treinamento; distribuidores de equipamentos de geomática; empresas de mapeamento móvel, entre outras.
Veja a programação completa de cursos e seminários e garanta sua vaga! Confira um resumo de como foi a última edição dos eventos DroneShow e MundoGEO Connect:
Imagens: Divulgação